A empresa Chancelier, com apoio do Programa Fapesp Pesquisa Inovativa em Pequenas Empresas (PIPE) desenvolveu tecnologia que permite confeccionar joias de ouro de 18 quilates em qualquer cor, além do dourado tradicional. As peças também têm alto brilho e podem mudar de tonalidade de acordo com o ângulo de incidência da luz. “Nossa proposta é introduzir a cor como um dos elementos do design de joias de ouro e fazer uma espécie de pátina sobre o ouro convencional”, disse o engenheiro metalurgista Edval Gonçalves de Araújo, um dos sócios da Chancelier. Por meio da técnica, chamada sputtering, um alvo da liga de ouro colorido é colocado na câmara a vácuo de um equipamento no qual é bombardeado com argônio e oxigênio. Com a alta diferença de tensão, os gases retiram os átomos de ouro, ferro, cromo e cobalto do alvo, que se depositam sobre a superfície da peça. Com isso, se tem uma camada que recobre a joia de ouro e, por meio do controle da espessura do filme, é possível conferir a cor que se desejar à peça. “Por meio dessa técnica, nós podemos fazer, por exemplo, um brinco ou anel de ouro no formato de uma borboleta com as cores do arco-íris”, disse Araújo. Para conferir o grau de aceitação no mercado, a Chacelier desenvolveu coleção composta de brincos, pingentes, colares e alianças, e encomendou uma pesquisa de análise realizada pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) com um universo de 92 mil mulheres na Grande São Paulo. As consumidoras aprovaram as joias de ouro coloridas e revelaram que comprariam o produto, mesmo se tivessem que desembolsar 50% a mais, em média, pelas peças. Isto daria origem a um novo nicho de mercado com faturamento estimado em R$ 66 milhões anuais. Até o final de 2012, a empresa lançará uma linha de alianças que, junto com anéis, responde por, aproximadamente, 50% das joias comercializadas no Brasil. “Pretendemos introduzir a tecnologia em um novo nicho de mercado de joias de ouro e conquistar gradualmente outros segmentos consolidados. A ideia é ampliar o leque de opções de alianças, criando detalhes e introduzindo a cor como um dos componentes do design das peças, que podem ser diamantadas, coloridas e até mesmo com pedras”, explicou Araújo. As peças começarão a ser comercializadas inicialmente em São Paulo e, posteriormente, em outros estados, como Santa Catarina, Paraná e Rio Grande do Sul, onde a empresa já tem representantes. A tecnologia de fabricação da liga de ouro colorida já foi patenteada, com apoio do Programa de Apoio à Propriedade Intelectual PAPI, da Fapesp, e a técnica de recobrimento por sputtering está em processo de patenteamento.
Reportagem enviada pela Professora Mara Guerra
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